Um novo episódio de violência política contra a mulher foi registrado no Tocantins nesta semana. Na Câmara Municipal de Filadélfia, a vereadora Wedla Medeiros (PSDB) foi alvo de agressão psicológica e verbal ao defender suas ideias. Durante sessão, realizada no dia 24 de fevereiro, ela se manifestou contra um projeto de lei e foi intimidada pelo colega João Fernando, conhecido como João Barriga (PP).
“Nós passa por cima, nós somos seis vereadores. Não precisamos de tu não, nós passa por cima de tu”, disse um colega dela no meio da sessão, o que gerou polêmica.
Reação Negativa
Durante a sessão, Wedla questionou mudanças de última hora no Projeto de Lei 002/2025, que trata da contratação de servidores com salário abaixo do piso nacional.
A vereadora se manifestou em suas redes sociais e disse que “o episódio foi muito triste para a história política de Filadélfia”. Segundo Wedla, seu posicionamento apenas defendia os direitos dos cidadãos por salários melhores na Câmara e se sentiu agredida por gênero, já que em outro discurso semelhante, vindo de um homem, não houve a mesma reação negativa.
Dos nove vereadores, apenas Gustavo Rodrigues e Starles Coelho (PSDB) saíram em sua defesa. Em nota compartilhada, os vereadores, juntamente com Wedla, repudiaram as declarações proferidas por João Barriga (PP) (veja a íntegra da nota ao final da reportagem).
Violência política
De acordo com a Lei 14192/21, a violência política contra as mulheres é toda ação, conduta ou omissão cuja finalidade seja impedir, obstaculizar ou retingir os direitos políticos das mulheres.
A norma acrescenta também que qualquer distinção, exclusão ou restrição no reconhecimento, gozo ou exercício dos direitos e das liberdades políticas fundamentais das mulheres, em virtude do sexo, também configura uma violência política.
Íntegra da nota compartilhada de Wedla Medeiros, Gustavo Rodrigues e Starles Coelho
Manifestamos veemente repúdio às declarações proferidas pelo nobre vereador e líder do governo na câmara municipal de Filadélfia-TO no dia 24 de Fevereiro de 2025. No qual, teve a infelicidade de dizer que passaria por cima de qualquer um(a), vereador(a), que se mostrasse e votasse contrário aos projetos de lei propostos pelo poder executivo. Afirmando ainda que detém de 6 (seis) vereadores da base para tal ação vergonhosa. Portanto, ações e declarações como essa atentam contra a honra e autonomia do Poder Legislativo. Cujo poder de atuação deve ser conforme a necessidade da população e do município. Ocasionando assim, uma desarmonia entres os dois poderes.
